- O Banco Central do Brasil está procurando integrar um recurso offline à moeda digital do banco central (CBDC) DREX.
- A Giesecke+Devrient (G+D), sediada em Munique, será a parceira do banco central do Brasil para sua CBDC offline.
Propostas para moedas digitais do banco central têm sido discutidas em vários países nos últimos anos, mas ainda não vimos seu lançamento bem-sucedido. O Banco Central do Brasil é um dos principais participantes que pretende lançar sua moeda digital chamada “DREX” até o final deste ano.
Recurso offline do DREX
No entanto, antes de seu lançamento comercial, o banco central está procurando integrar a funcionalidade offline em seu CBDC. Recentemente, ele anunciou uma parceria com a Giesecke+Devrient para colocar esse plano em ação.
A G+D fornecerá orientação técnica e de liderança para o piloto, que deverá incluir um sistema de pagamento internacional, além de seu recurso offline. O banco central brasileiro ainda não forneceu mais informações sobre as especificações técnicas de seu CBDC offline, mas a declaração oficial da vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do Banco do Brasil, Marisa Reghini, sugere que seu objetivo é abrir seu acesso até mesmo para os sem-banco.
“Com o pagamento offline, podemos levar facilidade e tecnologia a pessoas que têm dificuldade de acesso à infraestrutura tecnológica”, explicou Reghini. “Os brasileiros podem se beneficiar da solução em seu dia a dia, realizando transações seguras em lojas locais, por exemplo, sem a necessidade de uma conta bancária.”
Enquanto isso, o parceiro do Banco do Brasil quer garantir que a plataforma possa operar 24 horas por dia, 7 dias por semana, para todos, a fim de promover a inclusão. A empresa pretende compartilhar a experiência adquirida durante sua participação no piloto de CBDC offline de Hong Kong, ao qual também se juntaram as pessoas técnicas responsáveis pelo experimento de CBDC de varejo de Gana, bem como outros representantes importantes de bancos comerciais, comerciantes, provedores de serviços de pagamento e partes interessadas individuais.
“Um CBDC deve funcionar para todos, em qualquer lugar, a qualquer momento”, comentou o diretor administrativo da G+D, Raoul Herborg. “Somente assim ela poderá ser uma moeda digital pública verdadeiramente inclusiva.”
Aprendendo com o Pix
A DREX está pronta para enfrentar o Pix, a popular plataforma de pagamento instantâneo do país, com mais de 150 milhões de usuários. Com base em relatórios anteriores, o CBDC utilizará a tecnologia de livro-razão distribuído (DLT) para a liquidação de transações interbancárias. Por outro lado, o varejo poderá acessá-la por meio de depósitos bancários tokenizados.
Para Fabio Araujo, coordenador do projeto CBDC do Banco do Brasil, o DREX tem tudo a ver com a redução dos custos de transação e a democratização do acesso aos serviços financeiros para a população do país. Tomando notas das lições aprendidas na implementação e na ampla adoção do Pix, o DREX busca impulsionar os serviços de empréstimos, investimentos e seguros no Brasil por meio do programa.