Cosmos é um projeto de moeda criptográfica que procura construir redes ou uma “internet de blockchain” que agilizará o compartilhamento de dados e transações. As ferramentas de código aberto permitem aos desenvolvedores construir rapidamente blockchains sem ter que construí-los do zero. O Cosmos foi fundado em 2019 pelo cientista da computação Cornell Jae Kwon.
O que é exatamente Cosmos?
Cosmos, considerado como a “Internet dos blockchains” por sua equipe fundadora, visa construir uma rede de blockchain interligados por ferramentas de código aberto que agilizam as transações entre os chains.
Esta ênfase na personalização e interoperabilidade coloca o Cosmos à parte.
Ao invés de se concentrar em sua própria rede, o objetivo da empresa é criar um ecossistema de redes que possa compartilhar dados e tokens de forma programática. Não há uma parte central que facilite a atividade.
Cada novo blockchain independente criado dentro do Cosmos (zonas) é então amarrada ao Cosmos Hub, que mantém o controle do estado de cada zona e vice versa.
O Cosmos Hub é um proof of stake blockchain. O Cosmos é alimentado pela moeda criptográfica ATOM.
Cosmos e o ICF
O Interchain Foundation (ICF), uma entidade suíça sem fins lucrativos que financia projetos de blockchain de código aberto, ajudou a lançar o Cosmos.
Em 2017, o Interchain Foundation realizou uma oferta inicial de duas semanas de moedas (ICO) do token ATOM, arrecadando mais de $17 milhões. A Tendermint Inc. levantou US$ 9 milhões em 2019 para continuar o desenvolvimento do projeto.
Como o Cosmos funciona?
A rede Cosmos está dividida em três camadas:
- Application – Processa as transações e atualiza o estado da rede
- Networking – Permite que as transações e os blockchains se comuniquem uns com as outros
- Consensus – Auxilia os nodes a chegar a um acordo sobre o estado atual do sistema
O Cosmos conta com um conjunto de ferramentas de código aberto para conectar todas as camadas e permitir que os desenvolvedores construam aplicações em blockchains.
Tendermint
O motor Tendermint BFT, a parte da rede que permite aos desenvolvedores construir blockchains sem ter que codificá-los do zero, é o componente mais importante deste projeto em camadas.
O Tendermint BFT é um algoritmo usado pela rede de computadores Cosmos para proteger a rede, validar transações e comprometer blocos no blockchain. Ele se comunica com as aplicações usando o protocolo Application Blockchain Interface.
Byzantine Fault Tolerance em Tendermint (BFT)
Tendermint Core, um mecanismo de governança de proof of stake (PoS), mantém a rede distribuída de computadores rodando o Cosmos Hub em sincronia.
Os participantes devem primeiramente apostar no ATOM para alimentar o blockchain e votar nas mudanças. Para se tornar um validador, um node deve estar entre os 100 principais nodes que apostam no ATOM. A quantidade de ATOM apostado determina o poder de voto.
Os usuários também podem delegar seus tokens a outros validadores, os permitindo votar enquanto ainda ganham uma parte da recompensa do bloco.
Todos são incentivados a desempenhar honestamente porque podem facilmente alternar entre os validadores a quem delegam o ATOM com base em suas preferências de voto.
Zonas e o Cosmos Hub
O Cosmos Hub foi o primeiro blockchain do Cosmos a ser lançado. Ele foi projetado para atuar como uma ponte entre todos os blockchains independentes criadas dentro da rede Cosmos, conhecidas como “zonas”.
Cada zona no Cosmos é capaz de desempenhar suas funções essenciais por conta própria. Autenticar contas e transações, criar e distribuir novos tokens e fazer mudanças em seu próprio blockchain fazem parte disto.
O Cosmos Hub está encarregado de facilitar a interoperabilidade entre todas as zonas da rede, mantendo o controle de seus estados.
Protocolo Inter-Blockchain Communication
O Protocolo Inter-Blockchain Communication (IBC) conecta as zonas ao Cosmos Hub, um mecanismo que permite que as informações circulem livremente e com segurança entre cada zona conectada.
Quando uma zona é ligada ao Cosmos Hub, ela se torna interoperável com todas as outras zonas ligadas ao hub, permitindo blockchains com aplicações muito diferentes, validadores e mecanismos de consenso para o intercâmbio de dados.
SDK para Cosmos
A equipe do Cosmos também criou um software development kit (SDK), que permite aos desenvolvedores criar blockchains com base no algoritmo de consenso Tendermint mais facilmente.
Os SDKs reduzem a complexidade ao fornecer as funcionalidades mais comuns encontradas em blockchains, como staking, governança e tokens.
Os desenvolvedores podem simplesmente criar plugins para adicionar quaisquer características extras. Eles não precisam reinventar a roda e, em vez disso, podem simplesmente conectar e desempenhar as funções mais comuns no chain.
Conclusões Finais
O Cosmos é um projeto de moeda criptográfica que venho acompanhando há algum tempo. A interoperabilidade é um dos casos de uso mais valioso em moeda criptográfica e parece estar no caminho para se tornar verdadeiramente a “internet dos blockchains”. O Cosmos (ATOM) estava sendo negociado a $36,79 na época deste artigo. O Cosmos tem um limite de mercado de $9,9B e está atualmente classificada em 17º lugar por limite de mercado em geral.
Isenção de responsabilidade: O autor detém a Cosmos (ATOM) como parte de seu wallet.

Jay Speakman é um escritor de tecnologia de São Francisco, Califórnia. Ele escreve sobre a blockchain, criptocurrency, DeFi e outras tecnologias disruptivas. Seus clientes incluem Avalanche, Be[in]Crypto, Trust Machines e vários blogs dedicados a jogos em cadeia de bloqueio. Ele não descansará até que a moeda fiat seja derrotada.